RECOSTRUÇÃO PALPEBRAL COM EMPREGO DA TÉCNICA DE H-PLASTIA EM CÃO SUBMETIDO A EXÉRESE DE NEOPLASIA BENIGNA: RELATO DE CASO

  • Autor
  • Rachel Heck Holm
  • Resumo
  • As neoplasias palpebrais constituem um grupo de afecções frequentemente diagnosticadas na clínica de pequenos animais, com maior prevalência em cães geriátricos. Quando não tratadas adequadamente, essas lesões podem comprometer a função protetora das pálpebras, predispondo a alterações na superfície ocular e perda da integridade visual. A excisão cirúrgica com margens oncológicas seguras é o tratamento de escolha, sendo a reconstrução palpebral essencial para garantir a continuidade anatômica e funcional da palpebra. O presente trabalho tem como objetivo relatar a aplicação da técnica de H-plastia para reconstrução palpebral inferior após exérese de neoplasia em cão, com ênfase na viabilidade do retalho e no resultado funcional e estético. Foi atendido um cão, macho, castrado, da raça yorkshire terrier, com dois anos de idade e 5,6 kg, apresentando nódulo ulcerado na pálpebra inferior esquerda, medindo aproximadamente 0,24 × 0,38 cm. Ao exame clínico, a massa era bem delimitada, encapsulada e acompanhada por discreta secreção ocular. Indicou-se a remoção cirúrgica da lesão com margens de segurança de 1 cm, respeitando os limites anatômicos da região. A reconstrução foi realizada por meio da técnica de H-plastia, que consistiu na confecção de um retalho de avanço com pedículos laterais, permitindo redistribuição da tensão e fechamento do defeito em padrão “H”. A síntese foi realizada em dois planos (subcutâneo e cutâneo), com fio monofilamentar de náilon 6-0 em padrão simples interrompido. O material excisado foi encaminhado para exame histopatológico, que diagnosticou adenoma da glândula de Meibomius, neoplasia benigna, com margens cirúrgicas livres. O pós-operatório foi conduzido com analgésicos, anti-inflamatórios não esteroidais, antibioticoterapia profilática e colar elizabetano. O retalho apresentou adequada viabilidade tecidual, sem sinais de deiscência, triquíase, necrose ou infecção. O paciente manteve piscar fisiológico, lubrificação ocular preservada e simetria palpebral, com excelente resultado estético. Conclui-se que a H-plastia representa uma alternativa reconstrutiva segura e eficaz para correção de defeitos palpebrais em cães, especialmente naqueles que envolvem até dois terços da extensão da margem palpebral. A técnica permite fechamento com mínima tensão, reduz o risco de complicações pós-operatórias e promove a restauração da função palpebral, sendo especialmente indicada em lesões bem delimitadas e com bom prognóstico histológico. Este relato reforça a aplicabilidade clínica da H-plastia na rotina cirúrgica de pequenos animais, contribuindo para o aprimoramento das abordagens reconstrutivas em oftalmologia veterinária. 

  • Palavras-chave
  • Agenesia, blefaroplastia, oftalmologia veterinária, pálpebra, retalho.
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